Foi
conhecendo Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte, em um jantar
despretencioso que cheguei a conclusão de que não poderia deixar de
falar sobre esse evento que hoje, em sua oitava edição, coloca o Brasil
no mapa mundial das grandes feiras culturais, atraindo os mais
conceituados colecionadores, marchands e artistas plásticos.
Fernanda
enfatiza a contribuição que o evento tem para a chamada Economia
Criativa, definida como a geração de idéias, onde questões econômicas,
tecnológicas e sociais são resultado do alinhamento com a criatividade e
inovação de cada país
(ham haam falei bonito).
Pois
bem... Conscientes dessa nova realidade onde o mercado de arte não é
mais restrito a uma minoria exatamente por essas questões, o evento
criou parcerias para integrar o circuito das artes nesses 3 dias. Quem
adquirir um ingresso pra SP-Arte nesse ano ganha tambem uma cartela com
ingressos para o MAM, MIS e Pinacoteca com validade para esses três dias
de feira - confere produção? - Por outro lado, você jovem moderno que for a um desses museus esse mês ganha convite pra SP-Arte também - eeeee! Logo, quem é louco por um jabá não tem desculpa pra não ir.
Aqui segue uma lista com alguns destaques da feira, segundo eu mesma e o meu próprio gosto e senso crítico:
-Maria Jose Arjona, pela galeria alemã Anita Beckers
A
colombiana Maria Jose teve sua carreira de bailarina encerrada após um
acidente e hoje suas apresentações ganharam o mundo e já passaram por
galerias e museus na Europa, Asia e Estados Unidos. Já foi destaque do
The New York Times, Art in America, The Guardian, etc.
O estilo da artista é marcado pelo uso do conceito da violência, muitas vezes mascarada pela inocência.
- Gustavo von Ha, em sua primeira individual na Galeria Leme
O
artista paulista batiza sua exposição de T.L, onde reúne desenhos
realizados atravéz de um espelho que reproduz obras originais de Tarsila
do Amaral e José Leonilson. Entre as discussões levantadas pelo
artista, está a seguinte questão:
“O que torna o ‘original’, original?”
Pra pensar como lição de casa...
- Juan Francisco Casas Ruiz, pela galeria Fernando Pradilla
Os
trabalhos de Juan são todos produzidos com caneta esferográfica de forma
bem realista, muitas vezes confundidos com fotografias.
Suas obras provocativas retratam o mundo da noite, muitas vezes envolvendo mulheres nuas, cenários de festas e oba oba.
Ruiz é um dos artistas contemporâneos mais influentes da Espanha.
- Jenny Holzer, pela galeria parisiense Yvon Lambert
O
trabalho público de Holzer era baseado em projeções e impressões de
frases anônimas em prédios e paredes de Manhattan, fazendo parte do
movimento feminista no início da década de 80.
Deu
continuidade a série através de painéis de LED. Suas projeções foram
exibidas também em prédios das cidades de Florença, Roma, Veneza, Rio de
Janeiro, Paris e Berlim.
- Norbert Schwontkowski, pela galeria Transversal
Schwontkowski nasceu em Bremen, na Alemanha, onde mora e trabalha.
Suas
obras, reconhecidas desde a década de 70, retratam solidão, liberdade,
humor e ironia. Tons terrosos, pretos e cinzas destacam o ar melancólico
que predomina em seu trabalho, que reflete sempre um mundo cotidiano
hostil.
- Nan Goldin, pela galeria Sprovieri
A americana traz á feira a mostra Fire Leap, que reúne fotos de crianças registradas entre 1978 e 2011 e misturam sensações como pungência e angustia.
A
primeira individual da artista reunia imagens de gays e transsexuais.
Depois de se formar, Goldin se mudou para NY, onde documentou a cena
local de música independente e também do submundo do sexo e das drogas.
- Claudia Martinez Garay, pela galeria peruana 80m2
O objetivo principal de Garay é mostrar para as gerações mais jovens alguns conflitos com os quais eles nunca tiveram de lidar.
Seus
trabalhos são inspirados na história peruana e também na iconografia
indígena. Algumas de suas imagens são baseadas em documentos reunidos
pela Comissão da Verdade Peruana, uma instituição que investiga as
violações dos direitos humanos.
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